AMAMENTAÇÃO E O ESTADO PORTUGUÊS
Essas diretrizes foram recomendadas num outro estudo, desenvolvido em 2002, sobre a estratégia mundial para alimentação da lactante e da criança. Em conjunto, a OMS e o Unicef criaram, como resultado desse estudo, um guia para que os países elaborem suas políticas de alimentação e estado nutricional, crescimento, saúde, e sobrevivência das lactantes e crianças. "
Como é sabido, a OMS recomenda a amamentação em exclusivo até aos seis meses de idade, altura em que se começa a diversificar a alimentação do bebé.
No entanto, o que se passa na realidade é muito diferente. Em Portugal 50% das mamãs deixa de amamentar no primeiro mês de vida do bebé. Felizmente, têm sido levadas a cabo iniciativas bastante úteis para contrariar essa tendência mas há factores que condicionam imenso o sucesso da amamentação em exclusivo até aos seis meses.
O próprio estado Português não autoriza licença de seis meses. O período normal são 120 dias, ou seja , 4 meses dos quais se recebe 100% do salário. Actualmente, já é possível ficar em casa 5 meses mas na condição de receber somente o mesmo valor dos 4 meses. Com o nível de vida que todos conhecemos não me parece muito fácil uma família poder abdicar de um mês de salário por muito boa-vontade que haja!
Resultado, ao fim de 4 meses as mamãs vêm-se "obrigadas" a retomar o trabalho.
A que horas posso ir buscar o bebé?
Que alimentação vou dar ao bebé?
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Eu, pessoalmente ainda amamento. Amamentei em exclusivo quase até aos 5 meses e meio. Entretanto, tive de voltar ao trabalho pelo que achei ser boa altura para introduzir sopa e papa.
A meu ver a Amamentação é um assunto que não está a ter a devida atenção. É algo de importância extrema e definitivamente deveria ter o apoio incondicional do estado Português. O estado estaria a contribuir para uma melhor qualidade de vida da população, pois atendendo aos beneficios da amamentação a curto e longo prazo representaria, efectivamente, um melhoramento da saude pública em geral.