Amamentar é fácil. Difícil é ser mamífera na nossa sociedade tecnocrata!

sábado, abril 29, 2006

EPILEPSIA E AMAMENTAÇÃO

Caso uma mamã que sofre de epilepsia apresente uma frequência elevada de crises, é aconselhável o cuidado do bebé sob supervisão. Se as crises estiverem controladas, não haverá dificuldade para cuidar do bebé.
Todas as mulheres deverão amamentar seus filhos, inclusive as portadoras de epilepsia. No entanto, devem tomar alguns cuidados.
Existem algumas recomendações que poderão ser úteis para a amamentação:
- amamentar o seu filho acomodada num colchão forrado com cobertores, colchas ou almofadas, para evitar que a criança se magoe caso caia do colo se a mãe sofrer uma crise;
- a falta de sono e o cansaço podem aumentar as crises, por isso recomenda-se que se faça uso do biberão intercalado com o peito;
- após a amamentação, observe se o seu bebé apresenta sonolência excessiva ou agitação, porque o medicamento antiepilético pode interferir no seu comportamento através do leite. No caso de ocorrência de qualquer alteração, não deixe de conversar com o seu médico.

quinta-feira, abril 27, 2006

A DECISÃO DE AMAMENTAR

Finalmente, após o parto, o bebé está nos braços da mãe. De agora em diante ela está por conta própria e já deve ter resolvido se vai dar ao filho, o seio ou o biberão. Antes de mais nada, é importante que se saiba que é muito fácil passar do peito para o biberão, mas é mais difícil fazer o caminho inverso. Mas, qualquer que tenha sido a opção, deve ser respeitada pelos outros. Nenhuma atitude tomada sob pressão pode ser boa para o relacionamento mãe/bebê. Às vezes a mulher quer amamentar seu filho, mas não tem condições para isso. Se trabalha fora o dia todo, sem voltar para casa nem para almoçar, por exemplo, não poderá manter um horário regular de amamentação. Também pode acontecer de a mãe ter algum problema fisiológico que o impeça. Certos defeitos congénitos do bebé, como lábio leporino, também podem impedir o aleitamento no seio. Nesses casos, o biberão pode substituir o seio. O leite usado deve ser o da mãe (previamente retirado à bomba) ou leite próprio para bebés (em último caso). Nesses casos, é de vital importância esterilizar todo o material usado na preparação do biberão, inclusive os bicos, as colheres de medida e tampa.
IMPORTANTE:
A mulher nunca deve recriminar-se por não conseguir amamentar seu filho. Há muitas outras maneiras de dar ao bebé amor e carinho. Estes sim, são ingredientes indispensáveis ao bem-estar da criança.
No entanto, não se tratando de problemas fisiológicos, antes de desistir da amamentação deve pedir ajuda a profissionais de saúde para conseguir amamentar. Se não vai amamentar por opção própria, tenha a certeza de que está a tomar a decisão certa. Amamentar tem inúmeras vantagens para o bebé, mamã, família e até meio-ambiente.
AMAMENTAR É A MELHOR OPÇÃO

INFORMAÇÃO LEGAL

DISPENSAS E DIREITOS
São garantidas dispensas para amamentação e aleitação para a mãe que comunique ao empregador com a antecedência de 10 dias antes do início da dispensa, que amamenta ou aleita tem direito a uma dispensa diária de duas horas de trabalho por dia, sem perda de salário - Art.º 39.º do CT e 73.º da RCT.
É garantida dispensa da prestação de trabalho nocturno até 112 dias antes e depois do parto e durante o restante período da gravidez e durante a amamentação, se for apresentado atestado médico que comprove essa necessidade - Art.º 47.º do CT e 83.º da RCT.
Não é obrigatória a prestação de trabalho suplementar para a trabalhadora grávida ou com filho de idade inferior a 12 meses - Art.º 46.º do CT.
A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante tem direito a condições especiais, de segurança e saúde no local de trabalho de modo a evitar a exposição a riscos para a sua segurança e saúde, indicando a lei um conjunto de actividades condicionadas e proibidas a estas trabalhadoras - Art.º 49.º do CT e 84.º a 95.º da RCTA protecção no despedimento da trabalhadora grávida, puérpera ou lactante beneficia da presunção de que é feito sem justa causa. No processo de despedimento é sempre necessário o parecer prévio da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego – CITE, antes da decisão final do despedimento - Art.º 51.º do CT e 98.º da RCT.
ATENÇÃO !
É ilegal o não pagamento de prémios de assiduidade à trabalhadora por esta ter exercido direito à dispensa diária de trabalho para amamentação ou aleitação. Neste caso aplica-se o mesmo regime caso seja o pai a usar do direito à dispensa para aleitação.
É ilegal proceder a descontos no subsídio de refeição da trabalhadora que exerceu o direito à dispensa diária para amamentação, por motivo de esta não ter cumprido um dia completo de trabalho. O mesmo regime se aplica ao caso da aleitação quer seja o pai quer a mãe a exercer o direito à dispensa.
AINDA SOBRE DISPENSA PARA AMAMENTAÇÃO
A dispensa diária para a mãe que amamenta ou aleita dura até a criança atingir um ano de idade. No entanto, no caso de mães que continuem a amamentar esse período pode ser alargado. Não é uma prática muito comum mas já começa a ter adeptas. As empresas, por seu lado, estão a tomar isto como uma grande surpresa! Para ter direito ao prolongamento da dita dispensa é necessário entregar à entidade patronal um comprovativo passado pela médica da caixa em como a amamentação ainda se mantém.

terça-feira, abril 25, 2006

AMAMENTAR ESTARÁ FORA DE MODA?

Em Portugal amamentar é cada vez mais uma prática pouco comum. Sinceramente, há momentos em que sinto que me olham como um extra-terrestre ou um bicho raro! Parece que a amamentação já passou de moda e é evitada logo desde que o bebé nasce ainda no hospital.
Eu, por exemplo, tive de me impor à enfermeira de serviço para não dar suplemento à minha bebé. Queria dá-lo a toda a força mesmo sabendo que eu tinha tanto leite que até tinha de tirar à bomba! Infelizmente, como a minha menina nasceu de cesariana eu tive de ficar no recobro e antes de a trazerem para junto de mim na enfermaria deram-lhe leite artificial.
Quando tive alta a minha filha estava com um pouco de ictrícia e o médico disse que tinha de dar leite artificial para aquilo passar. Passados dois dias deixei de dar o referido leite que tinha sido recomendado indo contra a indicação do médico que nos observou. A bebé começou a ter cólicas e muitos gases. Desde que parei nunca mais teve cólicas, diarreias ou outro problema.
Agora as pessoas fazem as perguntas do costume, está tão grande já come sopinha/papinha, não é? E eu respondo, só está a leite materno. Os seus rostos ficam estupefactos. Mesmo quando tinha ainda 2 meses as pessoas já ficavam admiradas por não dar suplemento e olhavam com ar de reprovação a ver se a menina apresentava alguma carência para poderem pegar nisso.
Actualmente a minha filha, com cerca de 4 meses e meio, pesa mais de 7 kg e mede cerca de 63,5cm e está óptima, segundo o pediatra.

MÃES PORTUGUESAS INTERROMPEM AMAMENTAÇÃO MUITO CEDO

"Mais de 50 por cento das mães portuguesas deixam de amamentar no primeiro mês de idade do bebê. "O insucesso da amamentação é alto em Portugal", assinala o professor de pediatria da Faculdade de Medicina de Lisboa Gomes Pedro. (...)
(...) Os dados mais recentes da Direcção-Geral de Saúde (1997), respeitantes apenas à região de Lisboa, revelam que no primeiro mês eram 78 por cento as mulheres que amamentam, aos três meses já só são 41 por cento e aos seis meses descem para 23 por cento. No mais recente estudo nacional (1988) os números são bastante mais baixos. Ao primeiro mês de vida, são 61 por cento as mulheres que amamentam, aos três meses são 36 por cento, aos seis meses são 23 por cento.(...)"
"Para o insucesso da amamentação contribui a "imensa pressão" exercida pela indústria farmacêutica produtora de leite artificial, defende Leonor Levi. "Nos hospitais portugueses é prática corrente 'bombardear' as mães nas maternidades com ofertas", o que contraria o Código de Ética dos Substitutos do Leite Materno (OMS), ao qual Portugal aderiu há cerca de 20 anos. Nos hospitais portugueses deveria ser proibida a publicidade ao biberão, tetinas e chupetas. (...)
(...) Em termos históricos, o abandono crescente da prática está ligado à emancipação da mulher, que se seguiu à I Guerra Mundial, mas também à indiferença de algum pessoal de saúde e à falta de investimento do Estado. Gomes Pedro junta a tudo isto o pulular de berçários nas clínicas e hospitais privados, onde as crianças são desde logo afastadas das mães, para lhes ser dado o biberão nos primeiros dias de vida.
Segundo Gomes Pedro, bastariam "medidas simples", como consultas pré-natais para os pais estreantes, para que os números da amamentação aumentassem. Uma experiência realizada pelo Centro de Desenvolvimento do Hospital de Santa Maria, numa zona da periferia de Lisboa, demonstrou o sucesso da medida: 72 por cento das mães que foram informadas dos benefícios amamentam até aos três meses - são apenas 18 por cento as que o fazem sem receber informação. Leonor Levi afirma que em Portugal "são as classes altas e mais informadas" que estão a voltar a amamentar."
Saber mais aqui.

BENEFICIOS DA AMAMENTAÇÃO

BEBÉ:
- Melhora o desenvolvimento mental do bebé;
- É mais facilmente digerido;
- Amamentar promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre a mãe e a criança, designada tecnicamente por vínculo afectivo.Actualmente, sabe-se que um vínculo afectivo sólido facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com as outras pessoas;
- Amamentar protege as crianças de: Otites, Alergias, Vómitos, Diarreia, Pneumonias, Bronquiolites, Meningites;
- Amamentar melhora a pressão sanguínia do bebé;
- O acto de mamar ao peito melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes.
MÃE:
- A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa;
- Amamentar faz queimar calorias e por isso ajuda a mulher a voltar, mais depressa, ao peso que tinha antes de engravidar;
- Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente;
- A perda de sangue depois do parto acaba mais cedo;
- A amamentação protege do cancro da mama que surge antes da menopausa;
- A amamentação protege do cancro do ovário;
- A amamentação protege da osteoporose;
- A amamentação exclusiva protege da anemia (deficiência de ferro). As mulheres que amamentam demoram mais tempo para ter menstruações, por isso as suas reservas de ferro não diminuem com a hemorragia mensal;
- Amamentação exclusiva é um método contraceptivo 98% eficaz;
- Amamentar é muito prático! Não é necessário esterilizar e preparar biberões. Não é necessário levantar-se de noite para preparar o biberão;
- Amamentar reduz a necessidade de insulina na mãe diabética e previne o aparecimento da diabetes;
FAMÍLIA:
- A amamentação é mais económica para a família. Basta multiplicar o preço de uma lata de leite em pó, pelo número de latas necessárias ao longo da vida da criança, e somar ainda o dinheiro gasto em biberões e tetinas.
ACTO ECOLÓGICO:
- Amamentar é um Ato Ecológico! Se cada mulher dos EUA desse biberão ao seu bebé, seria preciso quase 86,000 toneladas de alumínio para produzir 550 milhões de latas por ano. Se cada mulher da Inglaterra amamentasse, seriam economizados 3000 toneladas de papel para os rótulos dos leites infantis.Mas o leite não é o único problema. biberões e bicos são feitos de plástico, vidro, borracha e silicone. A produção desses materiais é cara e constantemente não são reaproveitados. Todos esses produtos usam recursos natuirais, causam poluiçãoo na sua produção e distribuição e também criam um lixo no seu empacotamento, promoção e exposição.
O recomendável será a amamentação exclusiva até aos 6 meses, porém, SE AMAMENTAR O BEBÉ DURANTE 3 A 4 MESES o seu sistema digestivo terá amadurecido bastante e será bem mais capaz de tolerar as substâncias estranhas das formulas comerciais. No entanto, se existir um historial familiar de alergias, reduzirá fortemente o risco se esperar mais uns meses antes de adicionar seja o que for à sua dieta de leite materno. Dar apenas leite materno nos primeiros quatro meses dá uma protecção forte, durante um ano inteiro, contra infecções de ouvidos.

segunda-feira, abril 24, 2006

APRESENTAÇÃO

Sou uma mamã como tantas outras, tenho uma filhota com 4 meses e 2 semanas e ainda a amamento em exclusivo. É uma sensação maravilhosa, a troca de afectos no acto de amamentar é surreal.
Desde sempre pensei que era quase obrigatório o uso de suplemento para os bebés. Nunca tinha sido esclarecida devidamente sobre a amamentação em exclusivo e os seus benefícios para o bebé e para a mamã. Felizmente, antes da Beatriz nascer, uma colega da net deu-me algumas informações muito úteis e eu comecei a ver a amamentação com outros olhos. Era uma batalha que queria ganhar e felizmente consegui, mesmo contrariando médicos e enfermeiros que me impunham o dito suplemento. Pois se eu tinha leite, para que tinha de dar o artificial que, entre outras coisas, só provoca cólicas? Com esforço, dedicação e empenho é possível amamentar. Claro que há casos em que não é mesmo possível fazê-lo mas isso são casos específicos. Eu refiro-me a mamãs sem problemas de saúde e bebés igualmente saudáveis.
Este blog será vocacionado para a Amamentação. Vai ter informação sobre esse tema e conto com os vossos comentários para o tornar mais interessante.