Amamentar é fácil. Difícil é ser mamífera na nossa sociedade tecnocrata!

quinta-feira, agosto 03, 2006

MITOS DA AMAMENTAÇÃO

Quanto mais frequentemente você der o peito a seu bebé mais rápido ele será esvaziado e em consequência disto produz menos leite.
FALSO.
A produção de leite aumenta à medida em que é estimulada, quer dizer que se uma mulher coloca seu filho ao peito com mais frequência, este sugará e estimulará a descida do leite. Quanto mais frequentemente se produzir este estímulo, maior quantidade de leite será produzida na mãe. A produção de leite demonstrou estar relacionada com a frequência das mamadas. A quantidade de leite começa a diminuir quando as mamadas são pouco frequentes ou restritas.

Faz mal beber muita água antes de amamentar, já que você pode produzir um leite mais "aguado" que não alimentará de forma suficiente o seu bebé.
FALSO.
O leite materno é composto principalmente por água, por isto é muito importante que a mãe se encontre muito bem hidratada. A composição nutricional do leite materno NÃO varia com a quantidade de água que a mãe toma. Porém, se a mãe não dispor de quantidade suficiente de água, a produção de leite irá diminuir.

Se uma criança não aumenta bem de peso, é possível que o leite da mãe seja de baixa qualidade.
FALSO.
Não existe nenhum leite materno de baixa qualidade. Os estudos científicos demonstram que mesmo as mulheres desnutridas são capazes de produzir leite de qualidade suficiente para suprir as necessidades de crescimento da criança (a não ser que a desnutrição seja muito grave). Na maioria dos casos, a falta de aumento de peso se deve ao consumo insuficiente de leite materno ou a um problema de leite materno. O consumo insuficiente pode ser devido a um mau posicionamento, falta de apoio familiar, baixa produção por falta de estímulos ou baixa ingestão de líquidos.

A alimentação com leite materno por mais de seis meses de idade tem um valor mais afectivo do que nutricional.
FALSO.
À medida que a criança vai crescendo e amadurecendo, a composição do leite materno muda. Após os seis meses de idade, as necessidades específicas do bebé tornam necessário incorporar alimentos complementares adequados. Porém, o leite materno continua sendo sua fonte primordial e ideal de nutrição durante o primeiro ano. Logo após os doze meses ele se converte em complemento alimentar. Além disto, ao oferecer à criança substâncias de defesa chamadas imunoglobulinas, o leite materno continua complementando e ajudando o sistema imune enquanto seu filho continuar a toma-lo.

É melhor não oferecer apenas um peito por tempo demais para evitar que o mesmo se esvazie completamente.
FALSO.
O corpo da mulher produz leite segundo a necessidade, logo quanto mais vazio o peito estiver, mais rápido este trabalhará para tornar a enchê-lo. Por outro lado, quanto mais cheio ele estiver, mais lenta será a produção de leite.

É bom esperar que os seios se encham completamente antes de oferecê-los a seu bebé
FALSO. Já que seu corpo produz o leite segundo os estímulos que recebe para tal, se a mulher sempre espera que eles se "encham" antes de amamentar, seu corpo pode receber a mensagem de que está produzindo leite demais e, então, reduzir a produção.

Um bebé e dois meses necessita de aproximadamente entre sete e oito mamadas, aos quatro meses esta quantidade se reduz para seis mamadas, e após esta idade ele necessita de apenas quatro a cinco mamadas.
FALSO.
A produção de leite por parte da mãe e sua capacidade de armazenamento (que por sua vez está ligada ao tamanho dos seios), assim como as necessidades de crescimento da criança, são os factores que determinam a frequência das mamadas da criança. O fato de que existem dias em que se produzem picos de crescimento e ainda as enfermidades que seu filho pode apresentar podem alterar temporariamente os padrões alimentícios de seu bebé. Por isto não é bom impor limites à frequência ou duração das mamadas, já que isto pode trazer como consequência um consumo muito baixo de calorias.

Algumas crianças apresentam alergia ao leite materno

FALSO.
O alimento mais natural, saudável e inofensivo que a criança pode ingerir é o leite materno. Se seu bebé mostra sinais de sensibilidade relacionados à alimentação, em geral pode ser devido ou a doenças metabólicas muito raras ou a alguma proteína estranha que a mãe tenha ingerido e que penetrou o leite materno, e não ao leite materno em si. Este último é facilmente evitado eliminando o alimento que causou a reacção da dieta da mãe durante um tempo.


Amamentar uma criança durante muito tempo pode causar obesidade quando esta crescer.
FALSO.
As crianças nascem com capacidade para ingerir a quantidade adequada de leite que precisam segundo suas necessidades. Esta capacidade de auto-regular seus padrões alimentícios manifesta-se através da amamentação. A alimentação com mamadeira e a introdução precoce de outros alimentos a causa de maior risco de obesidade ao crescer, não a alimentação natural.

É importante que a criança se acostume desde recém nascida a mamar no peito a cada 3 horas e a manter esta frequência.
FALSO.
A quantidade de leite que uma mãe produz chega a seu ponto óptimo quando se permite que a criança sadia alimente-se à vontade, quer dizer quantas vezes necessite. Quando a criança é muito pequena isto pode acontecer a intervalos de tempo menores do que três horas, já que a capacidade gástrica do bebé recém-nascido é muito pequena.